A luz
Não era mais possível viver naquela casa. Sozinha.
Era a única certeza que tinha quando fechei a porta ao sair pela manhã. Desta vez não ouvi as lamentações dos vizinhos barulhentos, tampouco os vi. Apenas pude apreciar como nunca o Sol que iluminava meu rosto.
Naquela casa escura eu nunca via o sol,e a espera... e já fazia tanto tempo que eu nem podia saber quanto tempo eu havia esperado. Dia após dia, noite após noite. A esperança é algo que nasce sem razão e que se vai sem motivo.Ou talvez motivo eu tivesse.Dia mais dia, todos os dias iguais sempre na espera, podia continuar a esperar, mas decidi mudar sem saber ao certo para onde ir, e na verdade sem saber se não ia voltar mais, porque em momentos de fraqueza é possível querer reviver as esperanças.
Foi quando sem saber como entrei naquele corredor branco. Uma luz forte se abriu no meu rosto. Sem saber se estava vendo ou apenas sentindo uma leve brisa tentava inutilmente abrir os meus olhos.