Papai Noel

Sentado em um banco da praça, em pleno e afogueado verão paulistano, lá estava ele. O rosto mostrando inquietude e abandono. Vestia uma roupa de Papai Noel suja e, em muitos pontos, puída. Por causa do intenso calor, não fechara o casaco e exibia seu tórax magro e cinzento. Sua figura insólita chamava a atenção dos passantes. As crianças olhavam-no entre o assombro e a decepção. Somente os bem pequeninos não se prendiam aos detalhes de sua decrepitude e ensaiavam um largo sorriso ao Papai Noel que ele trazia em si.