Mulheres Feridas
" Meu marido fica vendo vídeos de mulheres sensuais na internet! Isto é traição virtual? O que diz a Lei? "
A cena clássica, geralmente ocorre mais ou menos assim: a esposa diz ao advogado :
"- Fui mexer no celular dele e descobri que ele trocava palavras afáveis e amorosas com outra pessoa, vi no histórico de vídeo no canal Youtube que ele assistia vídeos com conteúdos pornográficos ou altamente sensuais e que mexiam com a lascívia dele, peguei prints de conversas trocadas entre ele e uma outra mulher (ou homem) e estou decepcionada. - O que faço, doutor? Este tipo de coisa, serve como traição diante da lei, ou tenho que flagrar mesmo ele no ato com uma outra pessoa para poder tomar a atitude de pedir o inevitável divórcio? "
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Lares sendo desfeitos, maridos/mulheres sendo vítimas das mais terríveis traições por meio das redes sociais. Uma parte envolvida na relação que, ao invés e investir tempo em conversar olhando no olho da (o) parceira/parceiro, opta por estar frente a frente com garotas virtuais belíssimas, dançando sensualmente, mexendo os quadris com roupas curtíssimas ou lingeries da última geração, instigando a lascívia e a promiscuidade e as mais variadas fantasias eróticas e sensuais.
Sem se aperceberem, usuários destroem, paulatinamente, seu lar, doce lar.
E onde entra Advogado nesta questão?
O advogado entra em cena justamente quando a parte que fora virtualmente traída, resta decepcionada, sentindo-se diminuída e envergonhada, toma coragem e resolve desabafar no gabinete do patrono, pedindo um socorro e dizendo:
-" Doutor, eu quero me divorciar! Não aguento mais ser trocado (a) pela internet e pelas pornografias vistas pelo meu/minha parceiro (a). Quero sair desta relação! Quero acabar com isto! Me ajude!"
Bem, o casamento é um ato solene, regido pelo Código Civil Brasileiro/2002, e há não poucos os dispositivos legais constantes naquele diploma legal, asseverando o dever de fidelidade, respeito, zelo, afetividade. Ora, quando estes vetores são rompidos, saqueados, não observados, nasce o justo de direito de ser desfeito o contrato firmado.
No tocante aos crimes virtuais, objeto deste texto, é fato que o Marco Civil da Internet, veio corroborar com este direito, dando margem à parte lesada fazer uso do dispositivo legal e perseguir seu justo direito, expulsando de uma vez por todas este quão grande vexame a que fora vítima.
O próprio STJ (Superior Tribunal de Justiça) e outros Tribunais brasileiros têm-se manifestado favoravelmente a casos nesta esteira que adentram naquela Corte inclusive, sem fazer distinção entre Casamento e União Estável, afinal não existe casamento de segunda classe.
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Mulher Esperança
Mulher de hoje,
mulher de minha vez,
que só se encontra
muito além do passadiço
perto da esperança.
Mulher que Deus fez assim,
suave encanto,
brita de mel,
arcanjo iluminado,
de minhas noites de dor,
onde se a premência da morte
acalanta meu corpo,
sua pressença trás o milagre
e acalma os deuses, desaventurados!
Mulher de hoje,
te escuto,
na sombra ou no sol.
Você está sempre lá,
e surge com cada um,
cada hora que passa.
E se passa, trás a paz.
E faz dessa paz
o início do corpo
e o acompanha,
atroz e voluptuosa,
pois sem sua voz não há som,
sem sua presença nem a paz
chega.
Faz de santa,
faz de amor,
encanta!
Faz de nós espírito seu,
milagre de duas mãos,
unta para sempre
meu amor com
o seu.
A Solda Arde
Tudo como se fosse novo:
a palha, o rústico, a forma.
Tudo como se fosse de uma vez
só:
o breu, o cáustico, a solda.
Lampeja: você se envolve e
quando acorda
não percebe
a perca de seu vôo.
Você planeja sua vida em
ritmo de aluguel.
rende mais sal do que
o pleno açúcar.
Depois, não vá rastejar:
o chão é bruto,
não tem ângulo,
você é a forma
sem conteúdo!
Dá de lá, pega daqui,
tudo numa rifa infernal,
onde as coisas do coração
ficam especiais,
lentas e sombreras.
Se você quer ser você
já não pode, porque o
vazio já tomou
seu lugar.
E se você é o anfitrião da dor,
menos mal.
A fruta não sola a terra,
o sol não vinga sua força,
a sombra reina soberana:
em sua última peça.
Tratado do sol e do nó,
arguto sistema de nós dois.
Quando você partiu
nos deixou, só
e abriu uma avenida de vazio.
Mas se a vida vale alguma coisa,
mais vale sem você.
Fica tudo vazio,
sem bordas,
chameado de
falsa sinceridade:
é troco enganado,
é voz engasgada,
é muro de pedra.
Assim, pra te alcançar outra
vez,
só mesmo da outra vez,
quando o mundo cansar
de dar voltas,
e parar de repente.
Ai será a volta
do reino canelado
na minha vida
já tão amargurada!
A solda arde,
o sol queima,
a saudade é faina e dor
e o amor entrou ríspido
por uma porta
e saiu por outra.
Ramos Tortos
São ramos
tortos
que enfeiam
a flor.
Minhas dores
são feitas de cor
azeda.
Coisa que ninguém
se atreve a provar.
E se provam do amargo,
doce deixo de ser.
E se passo,passo ao largo,
coisa de homem comum,
coroado de espinhos
do invisível.
Onde ninguém vê,
ninguém sabe!
Já fui pra não voltar,
já cheguei pra nunca sair.
Homem valente e amoroso
de duas portas!
Mas a porta bate duas
vezes,
cercada de som opaco;
se vai, sou eu,
se fica, fico sem ninguém,
com desdém e lágrimas.
Se parti,
foi um dia
sem cores.
No passado que não
tem nem mais nome.
Agora, me perdi no tempo,
já fui pro largo
dos desaparecidos
em plena vida !
E se é por pedir,
todo mundo pede:
volta, minha vida,
eu só sinto
dor!
E lá longe, me sinto
fraco e sem sentido,
pois
vivo com entreveros
dos que também
já se foram,
aventados por uma leve
brisa de primavera.
Um Quarto e Doze Vidas
Mas nem por isso,
nem pelo vestal,
ou pela vaga reza
nem por um minuto sequer
deixei de chamar
pelo nome dela.
Nem por um minuto.
Deixei de querer
aquela mulher de
apenas um quarto
e doze vidas de amor.
Mas lá pelas tantas,
dessas que ocorrem sem
querer,
soube eu,com ardor,
fardado de bom, e risonho,
que ela tinha de me deixar,
enquanto, no fundo,
tocavam a marcha do Imperador.
Triste sina,
desta vida dura de
entender
e que pouco ensina!
Não sou de ferro,
nem de pérolas,
sou o que pareço ser:um erro
Sou metade de tudo
pura fantasia,
sou a hora dos poucos!
E naquela tarde
fiquei entre o branco e o nada.
que se misturam numa dor de nada.
Pensava: que mundo é esse,
que perco até no laço?
Mas nem por isso vou deixar
de carregá-la em meus braços.
Não aqui, mas num
lugar bem longe,
perto do céu,
onde não se tira fatura
pra mulher.
Bem longe, perto do céu,
onde estão os calados,
que elevam seu espírito
e se confortam com o beijo
da mulher amada!
Primeira Madrugada
Minha vida, onde
vai tão vazia?
Senão, onde está?
Olhando o caos?
Vida que é vida,
dança tépida ao sabor
de águas sem rumo,
onde o sol nunca chega.
Minha vida, onde está?
De tão rápida morreu,
no colo da manhã,
numa infância de beijos.
Minha vida,
onde vai tão vazia?
E se algum dia convivi com ela,
da mesma maneira, a perdi.
Às margens de primeira madrugada,
que, sôfrega,
só sobrevive na terra dos desaparecidos,
ou na casa de mulheres alugadas!
Minha vida é isso.
Onde só um caos duvidoso me espera!
Familia Complicada
sou primo
da prima,
parente do irmão,
vizinho da sogra e
amante da cunhada.
sou eficaz
no processo de
conquistar;
sou bento na
hora de alentar.
moro perto
de todos,
mas é da
cunhada
que morro
de apertos
e afeitos.
mas quis o
destino
me afainar
de solidão:
a prima casou
com o vizinho,
o irmão foi
viver com a
sogra
e a cunhada
bem...
a cunhada
disse que
eu
era frio
e fugiu
com o padeiro.
hoje estou
sem paradeiro.
mas sei que meu
amor
de juras,
vive o dia
inteiro abanando
o fogo brando
do forneiro
com feituras de
encantos sem
fim,
de amor
afanado do bom
trigo
acoitado de
farinha
pura.
e eu virei apenas
brometo,
nesta história
confusa
e sem
nexo !
Círculo de Esquinas
Canto a hora
de uma às cinco!
Sozinho,
quebro as esquinas
sem ela ver.
Mas disse quatro
ou três?
Não sei.
Incógnita, eu sei!
Sei que canto
a hora, e dela
nem passos,
nem sombreros
de luzes.
Apenas a ama
que atravessa a rua
e diz incógnita:
sua amada
contou as horas
e já não vem mais,
nem essa hora,
nem qualquer
hora.
Foi assim que
começou dentro da
hora
e terminou bem fora
de hora.
E não é qualquer um,
bem bordado,
e enlaçado, que
leva um despprezo
em cima da hora.
No Reino dos Homens é Sempre Tudo Igual
É com o passar dos dias
que a gente vê que as coisas
estão ficando cada vez mais
iguais.
Muda pra cá, muda pra lá,
conforme e disformes,
traça a roela,
e as coisas rodopiam
pelo mesmo.
Impassíveis de se mudar.
Quer dizer, mudam as roupas,
os veículos endiabrados,
o rosto das mulheres resfolados
de baton e tintas florais,
mas mudar, não mudam não.
O pensamento avança um pouco:
o que se falava ontem
não se entende hoje.
Mas sempre foi assim:
nossa Idade Média está cada
vez mais próspera de mortes
e absurdos geniais.
Ganha quem corre mais,
quem é o mais bonito,
que de altura tem mais,
quem é diferente da gente.
Estes pensam que mudam,
mas quem muda é o passar
dos dias:
onde fica tudo igual às coisas
diferentes, mas que são iguais.
De rotina em rotina
a gente aprende que de tudo,
nada muda.
Há mil anos já era assim.
Amores iguais,
traições repetidas.
Daqui há uma centena de anos
eles vão pensar que estão
mudando, mas estão
fazendo do igual o
parecido.
E toda gente que é, já
deixou de ser,
mas vão surgir outros,
iguais, com roupas
diferentes.
Nisso tudo, no tempo igual
que me resta, só não quero
pranto
em cantos frugais
em meu coração.
Tudo, é fruto da eternidade
E não vive em meras e
rotineiras
tempestades,ou em bares esfumaçados,
ela, soberba,
vive me ajudando por
mera piedade !
Como tudo é igual e diferente,
agora, como antes, se torna parecido.
Manuela
Manuela,
de corpo simples,
moldado de mulher,
cor morena de enfeite,
lábios avermelhados
pra beijar sem desfeite!
Manuela é o começo
do rio que corre
na minha vida,
cheio de apelos.
É o riacho ameno
onde dorme
meus anseios.
E se não for
por isso dizer,
é onde acalmo
meu corpo
nos seios dela.
Manuela é corrida
da vida,
corrida contra o vento,
estrela mágica onde
violinos, logo mais,
acalentam seu
estar.
Ave e bento!
Amena é ela!
E calma Manuela!
O trem vai passar!
Agora, sei por mim,
que ela é cheia de doces,
sem mazelas.
Mulher de verdade
que me lembra até
estar em piedade!
Manuela é vista de todos,
é barroca no andar
uma viola de tocar
aos beijos,de amar!
Estagiária da vida,
vai Manuela por este
mundo afora
à procura de seu
castelo
todo enfeitado.
Pois é!
É dela.
Da Manuela! E nunca será meu ocaso !
Causa Perdida
sou primo
da prima,
parente do irmão,
vizinho da sogra e
amante da cunhada.
sou eficaz
no processo de
conquistar;
sou bento na
hora de alentar.
moro perto
de todos,
mas é da
cunhada
que morro
de apertos
e afeitos.
mas quis o
destino
me afainar
de solidão:
a prima casou
com o vizinho,
o irmão foi
viver com a
sogra
e a cunhada
bem...
a cunhada
disse que
eu
era frio
e fugiu
com o padeiro.
hoje estou
sem paradeiro.
mas sei que meu
amor
de juras,
vive o dia
inteiro abanando
o fogo brando
do forneiro
com feituras de
encantos sem
fim,
de amor
afanado do bom
trigo
acoitado de
farinha
pura.
e eu virei apenas
segunda instância,
nesta história
confusa
e sem
acertos.
Luz de Outono
Troco de passo
e não acerto a medida!
Se procuro e não acho
perdido estou,sobreaço,
posto de minhas feridas!
Se pensas em voltar,
volta agora,
meu mundo não é particular,
tem até três portas,
mas nenhuma saída.
Dizem lá -
vive a luz de outono!
Volta agora erguida
e faz de mim seu próximo
passo,
pois faço de você minha musa
que beija estrelas,
e faz de mim um homem sem abusos,
mas coroado pela sua luz e beleza!
Viver o Agora
Um dia, ao alvorecer, diante de pátio das igualdades,
sua vida poderá ser inesquecível.
Se não a tornou ainda, caminhe em direção a si mesmo, abrace o sol e, dentro da fidalguia que rege o nascer e o morrer, deixe sua vida torna-se extraordiária.
Não é preciso ser mago, ativista, inimigo,duendo nem marginal das torres ou mesmo sentinelas de castelos passageiros.
Deixe-a fluir como um córrego manso onde, por vezes,carcalhas de folhas cingem às águas ou pétadas coloridas, de ramos exuberantes e dançam ao som inesquecível de um riacho
Neste dia de glória interior, de festa de dois pares,solte-se e deixe a vida invadir seu espírito.
Entregue-se, faça-a maravilhosa e gloriosa.
Neste dia de enxames de luzes, tire o momento e calque sua vida em torno das maravilhas que ela à você se entrega.
Este, certamente, é um dia inesquecível.
Você faz parte da vida.
Você é.
Você faz.
Você é a hora.
O resto, o tempo leva impassível. E se você não fez nada de encantoso ou maravilhoso, voltará à terra dos esquecidos, onde sulcos de barro, tornará você apenas numa singela cruz. Logo esquecida!
Por isso, faça! Troque a vida agora. Mas faça-a maravilhosa!
Escreva um poema sem ritmo, colha frutas doces e tenras, dance sobre as palavras, faça a luz escorrer nos seus versos. Agora maravilhe-se com sua obra. Ela todo sua. É sua vida. É a busca eterna pelo amor !
Santuário do Coração (copyright @ 2012 - José Kappel )
Digo mulher!
Digo e não passo!
O que fez comigo, que me cativa?
Você é nobre, é singular,
Não se assustou com meus trapos?
Roço seus sentidos,
e,uma nuvem de nome
misterioso, me toma
aquém de minhas forças,
longe de meu poder.
Sou tomado e sugado
pelos seus sentimentos,
pelo seu arder de vida,
pela volúpia, que não
esconde,
e sou tomado de você.
Sou você e disso não sabe.
Não sei se você me perdoa
pelo que digo,
e se digo, digo de amor.
Se calo, clamo de amor.
Posso pedir que não
me falte?
Posso pedir que me beije,
que me envolva de sua
sensualidade
que guarda para o
próximo rei,
que, do pórtico de
seu castelo,se aproxima?
Digo mulher,
de mim espera!
Sou seu!
Um beijo
dos eternos,
destes que nos unem
com bondades
e acalentam o
Santuário do Coração!
(Texto dedicado à Ticiana )