MANSÃO DOS MORTOS
Morte súbita a surrupiar
Zona de rebaixamento
Zerou-se o placar
Mais um que se cala
Lançado na fresta-trincheira
Invertendo-se no vão da vala
Olhos lacrimejantes, feridas abertas.
Hemorrágicas memórias fixam-se nas retinas
Saudades cinzentas embotadas e já distantes
Vão-se os anéis e ficam-se os dedos
E assim conjugamos a vida iludida
Com nossas meras impressões digitais
Viemos com as sementes da vida
E voltamos num caixão
Como sementes da morte
Na composição da vida
Reunimos outras partes
E como adubos alimentamos os seres da decomposição
O jardim fica mais solitário
O sino toca a sua ultima batida
A forragem do caixão a silenciar o verbo...