MANSÃO DOS MORTOS

Morte súbita a surrupiar

Zona de rebaixamento

Zerou-se o placar

Mais um que se cala

Lançado na fresta-trincheira

Invertendo-se no vão da vala

Olhos lacrimejantes, feridas abertas.

Hemorrágicas memórias fixam-se nas retinas

Saudades cinzentas embotadas e já distantes

Vão-se os anéis e ficam-se os dedos

E assim conjugamos a vida iludida

Com nossas meras impressões digitais

Viemos com as sementes da vida

E voltamos num caixão

Como sementes da morte

Na composição da vida

Reunimos outras partes

E como adubos alimentamos os seres da decomposição

O jardim fica mais solitário

O sino toca a sua ultima batida

A forragem do caixão a silenciar o verbo...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 06/04/2012
Código do texto: T3596917
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