PAUSA

Às margens do outro lado do rio

De nossas lágrimas

Derramamos cataratas de mortos

Vão sumindo do mapa de então

Pra terra do além

Espocando como bolhas de sabão

Sumidouro que ciência e religião

Tentam explicar

Mais explicação real só tem quem tá do lado de lá

E assim vamos perdendo nossos

Amigos e irmãos

Hasteando nas mãos os lenços da consolação

E neste sumidouro sem fim

Vamos passando a borracha

Apagando as pegadas dos anjos serafins

Somos irmanados e a cada sorriso

Uma canção e em cada gesto uma missão

Passageiros sem compromisso com a vida

Adentramos túneis fendas e cisternas

Grutas e gretas interna

Esta é uma viagem sem fim, eterna...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 05/04/2012
Código do texto: T3596793
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