PAUSA
Às margens do outro lado do rio
De nossas lágrimas
Derramamos cataratas de mortos
Vão sumindo do mapa de então
Pra terra do além
Espocando como bolhas de sabão
Sumidouro que ciência e religião
Tentam explicar
Mais explicação real só tem quem tá do lado de lá
E assim vamos perdendo nossos
Amigos e irmãos
Hasteando nas mãos os lenços da consolação
E neste sumidouro sem fim
Vamos passando a borracha
Apagando as pegadas dos anjos serafins
Somos irmanados e a cada sorriso
Uma canção e em cada gesto uma missão
Passageiros sem compromisso com a vida
Adentramos túneis fendas e cisternas
Grutas e gretas interna
Esta é uma viagem sem fim, eterna...