A Culpa
Estava transtornado ,havia sido uma noite longa e dolorosa para ele.Se martirizava pensando porque tudo tinha aconticido de uma forma tão rapida e violenta,sem que ele sequer tivesse tempo para derrotar aquela sensação de ipotência que teve naquele momento.
Ao mesmo tempo que agradecia por ainda estar vivo,não conseguia esquecer aquela cena , sua amada esposa e sua filha um bebê de 8 meses, sua última lembrança foram os gritos da esposa e o som do chocalho do bebê, sons que desaparecem assim que o carro em que estavam colidiu com um caminhão desgovernado.
Ele se questionava do porque apenas ele havia sobrevivido e do porque de tudo aquilo, olhava pela janela do quarto do hospital a cidade triste e cinzenta e já não tinha mais tanta certeza se queria mesmo continuar vivendo depois de tudo com a enorme culpa que sentia por não ter feito nada.
A medida que o soro ia entrando nas veias de seu corpo ferido, lembrava-se do sorriso da esposa, lembrava da alegria da filha, seus olhos se fecharam lentamente, seu corpo já não respondia mais, foi se encontrar com elas, foi ser feliz pois a saudade já estava sendo um cruel algoz e já durava tempo demais.