Brilho da manhã.
Eu vinha, quase apressado, para a rua, as estradices. Eu, certo, abri a porta, o costume muito diário. Mas algo, meu Deus jurando estou, impediu a continuação minha. Pus os pés para fora, meu corpo já tomado pelaquela claritude ruaneira, e já me virando fui para fechar a porta, com a chavinha nas mãos. Eis. Um brilho fora do comum, que foi, entendam, um rasgo de dia, o sol na minha frente nascendo alvorada, naquela maçaneta, na minha mão, o brilho só, dourando na minha vista. Foi assim. Restei lá alguns segundos, abobado, alguém pensasse, olhando aquilo. Os motores arrancaram, porém, que o sinal se abriu. Eu voltei à cidade. Segui o rumo. O brilho nunca deixou de vir como vinha, há anos tantos. O que havia mudado?