Plenitude
Ele chegou como um vendaval em sua vida tão sem vida.
Falava de coisas que ela não conhecia, mentia de forma tão natural, encantava…
Foi entrando sem pedir licença e se instalando como posseiro em sua vida sem brilho.
Cantava em seu ouvido e falava palavras que nenhum outro jamais falou.
Meias mentiras, meias verdades.
Verdades inteiras, mentiras desnecessárias.
Tocava seu corpo de mulher como nunca fora tocada.
Ousadia e intensidade…
Ela, mulher sensata e racional, tentou resistir.
Se viu enredada, tomada, caçada de forma fatal…
Ele a fazia mulher plena, fêmea no cio, mulher dominada, fêmea dominadora.
Amava como se ela fosse a única mulher do universo.
Vivia cada instante como se não houvesse o próximo.
Tocava seu corpo delicadamente como se fosse uma flor, uma jóia rara.
Tomava-a em seus braços com ardor e luxúria.
Tudo nele era intenso…
Viver, mentir, amar, transar, sentir, fazer, se dar, tomar…
Assim como se apaixonou, desapaixonou,
Assim como ela apaixonou, desapaixonou.
Ele se foi.
Ela nunca mais foi a mesma.
Sua vida tinha vida, brilho, sentido.
Nela ficou a intensidade, a ousadia, a plenitude do viver.
Entendeu que tudo valeu a pena, que tudo sempre vale a pena.
E que sua alma jamais será pequena.