Plenitude

Ele chegou como um vendaval em sua vida tão sem vida.

Falava de coisas que ela não conhecia, mentia de forma tão natural, encantava…

Foi entrando sem pedir licença e se instalando como posseiro em sua vida sem brilho.

Cantava em seu ouvido e falava palavras que nenhum outro jamais falou.

Meias mentiras, meias verdades.

Verdades inteiras, mentiras desnecessárias.

Tocava seu corpo de mulher como nunca fora tocada.

Ousadia e intensidade…

Ela, mulher sensata e racional, tentou resistir.

Se viu enredada, tomada, caçada de forma fatal…

Ele a fazia mulher plena, fêmea no cio, mulher dominada, fêmea dominadora.

Amava como se ela fosse a única mulher do universo.

Vivia cada instante como se não houvesse o próximo.

Tocava seu corpo delicadamente como se fosse uma flor, uma jóia rara.

Tomava-a em seus braços com ardor e luxúria.

Tudo nele era intenso…

Viver, mentir, amar, transar, sentir, fazer, se dar, tomar…

Assim como se apaixonou, desapaixonou,

Assim como ela apaixonou, desapaixonou.

Ele se foi.

Ela nunca mais foi a mesma.

Sua vida tinha vida, brilho, sentido.

Nela ficou a intensidade, a ousadia, a plenitude do viver.

Entendeu que tudo valeu a pena, que tudo sempre vale a pena.

E que sua alma jamais será pequena.

Nádia Gonçalves
Enviado por Nádia Gonçalves em 06/09/2024
Código do texto: T8145648
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