Poeta é um ET

03:00 (AM)

- Pô, nem atende . . .

- O sono deve estar pesado . . .

- Se eu depender de atenderem minha ligação na madrugada . . .

- Tou n'água.

- Vou deixar mensagem de voz.

"Opa, esse mundaréu de cabeças de gado - por minha conta; eu sem nem uma arma; acordei gritando; vi a maçaneta da porta do quarto girando!"

03:12 (AM)

- Será?

- Surto?

03:15 (AM)

- Chegando mensagens de voz.

- Opa, número diferente.

- Adicionando contato.

- É o dono da roça!

- Viu minha ligação .

- Escutou a mensagem.

- Tá me respondendo.

03:19 (AM)

- É voz de coruja, a mesma vinda da roça.

- Acompanhada do ar gélido na janela.

- No perfil do contato: C O R U J Ã O

03:25 (AM)

- Sentei na cama e cocei a cabeça.

- Depois envolvi a mão no queixo.

- Vou . . . parar.

- Agora me explica o que significa esse conflituoso presente momentâneo.

- Em que a gramática incentiva ir.

- E o globo terrestre manda parar.

03:30 (AM)

- As corujas nem param.

- Desarmadas . . .

- Vigiam a madrugada.

edras josé
Enviado por edras josé em 04/09/2024
Código do texto: T8143734
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