VAIDADES
Exuberante no alto de uma árvore a Onça Pintada se movia de galho em galho com uma bela peça de queijo canastra na boca. No chão, observando sem conter-se de inveja, estava o coelho desejando seu queijo.
Após matutar como consegui-lo, começou a gavolar a Pintada, conhecida por seu humor pouco amistoso com bichos de menor porte.
— Dona onça, daqui de baixo extaseia-me ver-te em seu exuberante porte!
A onça olhou desconfiada a dizer a si mesmo: "O que quer esse orelhudo?"
Continuou o Coelho:
— Sua pelagem brilha a nos ofuscar.
Hummm! Indagou-se em monólogo interno, mas começando a se agradar das palavras elogiosas.
— Suas pintas espalhadas assimetricamente dão um charme e encanta os pobres olhos de quem lhe admira e devota sincero encantamento.
Depois dessas palavras , Dona Onça não se conteve. Ficou boquiaberta, embasbacada vendo o queijo cair nas mãos acolhedoras do coelho que feliz, dali fugiu arisco.