A JANELA MÁGICA

Sem dúvida alguma aquela janela era mágica, não fazia aparecer dinheiro nem sumir ninguém, mas era mágica, especial por assim dizer, nela aconteciam coisas, tantas que não dava para contar.

A magia estava ali de alguma forma, era abrir a janela e "pá!", acontecia. Sim, era mágica, sem a menor chance de errar. Uma simples janela, aberta para o nada, mas tinha algo muito especial, quem diria que seria assim? Eu não imaginava, ninguém imaginava, nada era mais belo do que a aquela janela de madeira, com o vidro quebrado.

Se alguém pulasse a janela, caía em uma dimensão fantástica, mas tinha que pular de dentro para fora, de fora para dentro nada acontecia. Uma casa simples, sem móveis chiques e nem chuveiro quente, apenas uma casinha sem forro e com goteiras, posta num terrenos arenoso, mas era honesta.

Era mágico ficar ali olhando, o céu estava sempre azul, até nos dias nublados, o cachorro, sempre fazendo bagunça, às vezes ficava bravo, mas era de paz. A magia estava na janela, aquela pequena abertura na parede, tão pequena que para pular qualquer um tinha que se encolher ao máximo, coitada da coluna! Era uma coisa linda!

Um dia a janela se fechou, nunca mais se abriu, acabou a magia que ela tinha, o céu ficou nublado, as flores secaram, o cachorro foi embora, a casa resistiu, firme, mas triste. Toda aquela dimensão na qual se caía quando pulava a janela não existia mais.

Era a realidade que gritava alto agora, o sol era inclemente, a chuva caía forte e areia se tornou barro, choro e tristeza, a mágica se foi e junto levou o sonho... Um dia, a casa também não estava mais lá...

Celso Ciampi
Enviado por Celso Ciampi em 04/06/2024
Código do texto: T8078265
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