Aínda bem que não me casei com ele
Dona Celeste é uma senhora muito comunicativa, católica fervorosa, divertida, que do alto de seus 80 anos, adora viajar, conversar com as amigas e brincar com os netos.
Filha única adotiva, nunca se casou, pois segundo ela, tinha medo de encontrar um marido ruim. Sempre morou com os pais e e também pegou uma criança recém-nascida para criar, que até hoje lhe faz companhia, juntamente com o marido e os filhos.
Nossas famílias sempre foram muito próximas e um dia fomos convidados por Marta, filha de Dona Celeste, para jantarmos em sua casa.
Estávamos ajudando a por a mesa, quando a simpática senhora retornou de sua caminhada, se desmanchando em risos. É evidente que todos nós ficamos curiosos para sabermos o que lhe causara tanta euforia.
Ela explicou que tinha reencontrado uma amiga, que há tempos não a via e que a mesma lhe contara algumas peripécias de seu esposo, que andavam a deixando bastante desgostosa.
Dentre os feitos do cidadão, estava o de urinar no sexto de roupas limpas, todas as vezes que se embriagava.
Ocorre que dona Celeste conhecia o dito cujo, pois quando eram jovens e solteiros, tiveram um romance e quase se casaram. Porém, ela garante que a amiga jamais soube dessa história, e nem um de nós ali, também não!
Ao terminar de relatar os fatos narrados pela mulher, dona Celeste, agora com um misto de alívio e preocupação com a situação da pobre infeliz, exclamou:
- Ainda bem que não me casei com ele!