Epílogo
Na tarde chuvosa ele chegou, deixou as chaves sobre a mesa e de forma displicente se jogou no sofá.
Ela já sabia que mais um dia passaria sem que a conversa, há tempos necessária, acontecesse.
Assim , foi para a cozinha e passou o café. O perfume do Catuaí se espalhou pela sala e o despertou.
Ela se deparou com seus olhos sérios, a fitava como se tivesse algo a dizer. Perguntou se tinha dois dedos de café.
Ela preferia que pedisse dois dedos de prosa...
Notou sua barba por fazer enquanto ele sorvia o líquido num copo de geléia. Nunca aceitava a xícara que ela cuidadosamente deixava sobre a mesa, numa bandeja com o forrinho bordado à mão.
Antes que ela tivesse a coragem de puxar assunto, ele se meteu embaixo do chuveiro.
E anoiteceu mais uma vez!