O vão.
Trilhas, das mais alegres: cascalhos contrastando com as margens verdes, gramas finas e flores; rosas e margaridas. Para frente o que há é uma imensa explosão, o ocaso, portanto. Mas todos cantam como se fosse manhã? Pardais incansáveis e alguns menos melódicos surgindo como a surpresa de um instrumento escondido. Cenário assim. A caminhada, porém, não finda. É de se fazer andança em beleza em prol do quê? Do meu êxtase? Eu penso em egoísmo, no entanto, meu maior dilema, é: o vão. Tudo está no lugar e vive, as aves, os insetos e outros seres; e eu. Mas somente eu. Alguém há de estranhar o meu pensar, quem pensará além do otimismo: vivo num paraíso que depende de mim, o ser inteligente, para continuar a ser o que é: bom, bonito, agradável... Mas um vão. E isso é o responsável pelo silêncio maior que qualquer sinfonia natural. Não há ninguém, somente eu. Assim, quem sou senão ninguém?