A Foto
Após andar alguns metros, Onur olha para trás para ver se Samira o havia seguido, ela não foi. Soube então que era o fim para eles, o casamento havia acabado ao vê-la de mãos dadas com outro homem. Pensa que não poderia ter sido diferente, afinal ainda estava terminando os estudos na Europa quando o casamento havia sido arranjado por seus pais. Casaram sem se conhecerem, não houve amor nem namoro entre eles. A cena que viu, se pensasse como os homens de sua terra, teria batido muito ou mesmo matado, ela o havia traído, mas como viu na Europa com os homens tratava as mulheres resolveu que seria como um homem europeu não como um da sua terra. Foi para casa, esperou por ela, não apareceu nem naquele dia, nem nos próximos. Arrumou todas as coisas dela, mandou para a casa dos sogros com um bilhete dizendo que eles se encontraria no tribunal para o divórcio, quem foi em seu lugar foi o advogado com todos os termos escrito por ele. O ouro que havia ganho como presente de casamento ficou com ele, esse era o acordo em caso de traição, não queria ver mais a cara dela. Alguns anos se passaram, Onur vivia somente para o trabalho, a decepção havia sido grande, seu coração ainda estava fechado para o amor, mesmo sendo um homem muito bonito, não queria saber de amor nem de aventura. Certa manhã, ao entrar em sua sala de trabalho, a secretária havia deixando os jornais do dia arrumados em cima de sua mesa, raramente olhava para eles. Mas neste dia não soube explicar, sentiu vontade de ver, pegou um deles ao abri-lo a foto de Samira estampada com letras garrafais onde se lia, que mulher em questão havia sido espancada até a morte por seu marido por estar olhando uma foto do ex-marido. Fecha o jornal, diz para si que pena Samira, morrer devido a uma simples foto, morreu por tão pouco, por estar pensando no passado ou a penas olhando por olhar.