EXTERMÍNIO (Miniconto Premiado)
EXTERMÍNIO
Os seres alados foram todos mortos. Sem dó, sem a mínima piedade, foram trucidados.
Eram seres divinos, como tantos outros. Habitavam um mundo hostil. O simples fato de se alimentarem era um perigo mortal. O Criador não lhes deu alternativa, precisavam voar e correr riscos.
Quando estavam famintos eram especialmente ágeis. Isso provocava ainda mais a raiva dos algozes, que os caçavam até pensarem que todos haviam sido exterminados.
Se voavam em numeroso bando, geralmente a morte ocorria com administração de gases tóxicos. Nenhum sobrevivia. Quando eram relativamente poucos, a morte era por esmagamento. Em qualquer das opções, sem direito de defesa. Nenhum “ecochato” os protegia, eram a escória de um mundo sem lei.
Naquela noite, um deles sobrevivera ao ataque feroz do exterminador. Após a chegada do pequeno bando, ele se escondeu. Contudo, como estava faminto, tentou se alimentar. Assim que pousou foi esmagado...
- Maldito pernilongo! – disse o homem.
*************
Ontem recebi um e-mail informando que este conto de minha autoria foi contemplado com Menção Honrosa no 12o. Concurso Literário da Academia Madureirense de Letras, na categoria Nacional/Internacional, recebendo destaque dentre outros 300 minicontos enviados para o concurso.