Aprisionado.
E a noite chegava, portanto. O clarão se escurecendo, todos os navios com suas velas enroladas, só as várias cruzes negras balançantes sendo vultos da paisagem. A rua, porém, com sua largueza e seu chão ladrilhado dava a sensação de se estar novamente a ver o mar em pleno ocaso, o abandono dos marinheiros. Dava para ver, porém, um gigantesco camelo ao fundo, com suas cacundas e, mais perto, as lojas, paredões delicados de vidro, cujos interiores ostentavam as luzes das velas, tudo alaranjado e os brilhinhos dos postes. Algumas carruagens, outros fantasmas obscuros. Quem tudo via, com especial emoção, era um príncipe em sua cela. Fora preso, derrotado, escrachado. As mãos segurando as barras da janela, e alguma lágrima escorrendo de seus olhos. No meio da noite, com toda a cidade em trevas, o que reluzia, porém, era aquele rosto cheio de mágoa.