NÃO COUBE NA MALA
Levou tudo que cabia na mala, mas o coração não cabia na mala, nem no peito. Então, deixou-o com a linda donzela que acenava debaixo do pé de gameleira, até que sumiu na estrada e no meio da poeira .
A poeira que subiu voltou à terra, mas ele sumiu desde que foi à guerra.
Veio o sol, a neve , a colheita, a primavera.
O tempo passou . Anos de espera, até que ela o viu ao longe, da sua janela.
Correu ao seu encontro: "Até que enfim você voltou!"
Largando a mala no chão, correu e a abraçou:
" Venci a guerra e a solidão, meu peito vazio sem coração, pois deixei quando parti. "
"Teu coração guardei no peito, unificado com o meu, pois sabia que voltarias , toma-nos logo, porque somos teus"
"Tempo demais fiquei distante, vamos parar de conversar..." Tomou-a em seus braços naquele instante e começaram a se beijar...