UMA VOZ NA ESCURIDÃO - HOMENAGEM AOS PAIS

- “Não fique com medo, eu estou bem ali”.

Dizia meu pai, se afastando de mim. Eu tinha sete anos e meu pai já havia me levado para pescar pela Onésima vez.

Mas era a primeira que eu ficaria sozinho á beira do rio, e pior, à noite. Ele sairia com um companheiro de pesca para tarrafear nos poços do Rio do Peixe de barco.

Ele deixou uma vara com um monte de isca, uma lanterna e um revólver. Eu morrendo de medo, e de vez enquanto meu pai gritava:

- “E ai fio, tá com medo?”

E eu tentando demonstrar valentia, falava com força para alcançar sua aprovação:

- “Não! De jeito nenhum”.

Hoje, sempre ouço uma pequena voz no meu coração, dizendo:

- “Eu sou a luz do mundo. Não tenha medo”.

E, tempos deste, eu quem estava á beira do leito de sua doença terminal.

E o próprio Cristo estava o consolando, dizendo á beira do fim de sua vida:

- “Não tenha medo! Sou Eu. E ele não teve, pois encerrou seus dias em paz. Tranqüilo e sereno, sentindo uma presença maior no momento em que atravessava o vale da sombra da morte.

Beto Lisboa
Enviado por Beto Lisboa em 12/08/2023
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