UMA VOZ NA ESCURIDÃO - HOMENAGEM AOS PAIS
- “Não fique com medo, eu estou bem ali”.
Dizia meu pai, se afastando de mim. Eu tinha sete anos e meu pai já havia me levado para pescar pela Onésima vez.
Mas era a primeira que eu ficaria sozinho á beira do rio, e pior, à noite. Ele sairia com um companheiro de pesca para tarrafear nos poços do Rio do Peixe de barco.
Ele deixou uma vara com um monte de isca, uma lanterna e um revólver. Eu morrendo de medo, e de vez enquanto meu pai gritava:
- “E ai fio, tá com medo?”
E eu tentando demonstrar valentia, falava com força para alcançar sua aprovação:
- “Não! De jeito nenhum”.
Hoje, sempre ouço uma pequena voz no meu coração, dizendo:
- “Eu sou a luz do mundo. Não tenha medo”.
E, tempos deste, eu quem estava á beira do leito de sua doença terminal.
E o próprio Cristo estava o consolando, dizendo á beira do fim de sua vida:
- “Não tenha medo! Sou Eu. E ele não teve, pois encerrou seus dias em paz. Tranqüilo e sereno, sentindo uma presença maior no momento em que atravessava o vale da sombra da morte.