Afagos.

Na mão: o papel dobrado. O deixou naltura dos olhos, e passou o tempo vendo ele... passando. O tempo? Ele não existia mais, o claro do dia morria e parecia não dar importância. A que ponto pode o receio levar uma pessoa? Será acídia? Passara um tempão escrevendo — e quantas bolas de papel havia atrás de si? —, se na carta pôs verdadeiramente todo seu ser, por que essa hesitação? Chamou a ave, a mensageira. Ela aproximou-se. Acredite, havia um laço entre eles. Foi a única que conseguiu quebrar a fixação do olhar. Recebeu um carinho.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 09/08/2023
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