Horário ingrato a passear com seu pet, após à meia-noite, pelas ruas vazias, onde seres estranhos perambulam vazios, diante de uma sociedade vazia de amparo e sossego. Busca no vazio soturno da madrugada espairecer-se a mente ante pensamentos vazios. Enquanto seu pet esvazia sua bexiga em um pneu vazio do carrinho de pastel de feira livre...

Na esquina ouve-se um estampido de um tiro vazio que rasga o silêncio, queima o peito, em meio ao olhar tênue da morte. Um corpo adormece profundamente rente ao meio-fio, junto ao pequeno cão assustado a espera do voltar pra casa, naquelas horas frias e vazias de outono.

 

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 19/05/2023
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