OUTROS TEMPOS
Quando cheguei à Pasárgada, o povo tinha acabado de demolir a estátua do Rei. Disseram-me que ele, de tão acuado, havia dado cabo da própria vida; mas, em segredo, o guia me contou que, dadas as circunstâncias, o assassinato do monarca era uma hipótese bem mais provável do que a do suicídio. Fosse qual fosse, não fiquei para averiguar a verdade. Meu status de amigo real poderia ser descoberto a qualquer momento, e eu já sabia o quanto essa condição era arriscada naquele cenário conturbado. O teatro imperial Manuel Bandeira encontrava-se em chamas.
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