AS AVENTURAS DE VÔ VENTURA — a beleza e seus paradoxos
Objetivamente, a beleza não existe. O grande paradoxo é que estamos sempre à sua procura. Vô Ventura acreditou tê-la encontrado quando viu uma gota de suor escorrendo do pescoço de uma mulher em sua cena de ginástica. O caminho inevitável da gota era escorrer entre aquela fartura de seios da moça e cair na emboscada de seu umbigo. Ou se perder antes disso, absorvida pelo tecido da blusa.
A moça notou seu olhar e fez uma cara entre o sorriso e o muxoxo. Vô Ventura não se fez de rogado:
— Não me condene, moça, pois a beleza é rara. Estou envelhecendo, mas meu olhar ainda é jovem. E, apesar dos paradoxos da beleza, o respeito até me sobra.