Viva a liberdade!

Certificou-se de que vivia algo insólito, o que tornava nebulosa a vida. Por conta disso, uma escuridão impedia que todo o resto, senão toda ela, a vida, se colorisse. Havia se esquecido de que tatuara em seu braço um único caminho, do qual foi preciso se lembrar para atirar bem ao longe, de uma vez por todas, aqueles pincéis incolores que pincelavam sua alegria em fragmentos despigmentados e prendiam-na em uma única tela. Desprendeu-se dos medos, sem jogar nada para o alto, além daqueles sapatos que nada tinham a ver com suas desilusões, mas prendiam seus pés em algum fato, antes do desfecho. Desapegou-se do que não era aprendizado, nem necessário e eis que surgiu uma beleza sem classificações de cores, nem amores. A vida andou. E a liberdade ressurgiu além do pulso.