Um Sete Um (171)
Amanda chora sua dor e luto pela perca do marido, olha para os lados sem saber o que fazer, descobriu estar sem nada quando os credores começaram a bater em sua porta querendo receber, a empresa, fora vendida, o dinheiro que pensava estar aplicado no banco fora sacado por ele. Falida, isto era fato. Pergunta a si o que faria? Desde que, se casara com Oscar, passou a viver em uma bolha de pura fantasia. A polícia não saia de sua porta querendo saber dele porque não acreditava que ele havia morrido, para eles, a morte de Oscar era uma farsa. Estava encolhida no sofá, pensando o que faria para sobreviver com seu pequeno filho com a tenra idade, não sabia de nada, não sabia que seu pai era um bandido da pior espécie, verdadeiro um sete um, esse era o tipo de bandido que ele era. Como não parava de bater na porta levanta vai atender, era seu pai, ficou parada sem ação, desde que se casara nunca mais vira ou falara com ele. Mas agora ele estava a sua porta, como ela nada disse, ele passa por ela, vai até sala, senta no sofá dizendo,
- Precisamos conversar. Não nos falando durante anos. Porém, nunca deixei de acompanhar sua vida. Estou aqui, porque sei o que esta acontecendo agora, entende porque nunca quis o seu casamento porque fui contra desde o começo?
Amanda não diz nada, só chora, seu pai se levanta a abraça consolando. Quando ela se acalma, ele diz
- Arrume suas coisas, do meu netinho também. Vamos embora, sua mãe esta nos esperando. Deixe que eu tome frente em tudo nesta hora que esta frágil.
Amanda, vai embora com seu pai sem olhar para atrás, com os conselhos dele, vende a casa que morava, paga os credores, passar a trabalhar na empresa do pai, aprende como administras uma empresa com ele.
Com o tempo aquela dor diminui, aliás, já não doía mais, certo dia diz para os pais que deseja passar uns dias de férias na praia com o filho, eles ficam felizes porque essa era a primeira vez que ela fala em sair depois da tragédia que vivera. Ficou uma semana com o filho na praia, divertiu muito ao ver a alegria dele. Na volta, no avião, David, pedi para ir ao banheiro, levanta para levar seu filho, ao voltar, não sabe por qual motivo olha para um casal sentando, levou um susto, naquela poltrona de mãos dadas com uma moça era o seu marido. Aquele por quem havia chorando, sofrido, fora humilhada, que só reerguera com a ajuda de seus pais, tudo passou por sua cabeça como um filme em curta-metragem. Olhou bem nos olhos dele, não disse nada, passou por ele tremendo por dentro, antes de sentar, chama a comissária de bordo, disse-lhe que na aeronave havia um passageiro, que estava sentado na poltrona tal que era procurado pela polícia. A comissária dirige para a cabine do comandante conta a história, ao descer da aeronave a polícia estava esperando por ele que ao sair, fora algemado, ela faz questão de olhar novamente nos olhos dele, vira as costas indo embora com o seu filho, sabia que a dor, solidão, medo que sofreram todos esses anos haviam acabado no momento que o viu no avião todo sorridente com aquela moça, tudo que ela desejava agora era o divórcio, queria ser livre daquele pesadelo. Pega na mão do filho indo embora, ao caminhar ele diz
- Mamãe, faremos mais passeios assim? Foi tão bom na praia. Ver você feliz, sorrindo.
- Vamos sim, filho, agora sou livre, mamãe sente-se leve como o vento.
Sabia que tudo a diferiria, a sombra do, “um sete um” não mais existia.
Lucimar Alves