SERÁ TARDE?
Postou-se em frente à velha porta e, com o peito opresso pela emoção, buscou na bolsa a chave que guardara por anos; colocou-a na fechadura sem saber se ainda era a mesma; e, com as mãos trêmulas, girou-a com um certo esforço até conseguir abrir o trinco. Forçou a porta para dentro que, como quem geme, emitiu rangido choroso. Fez menção de entrar, mas as pernas estavam paralisadas; só o coração corria célere. Intentou dar meia volta e fugir, mas também não conseguiu se mexer; e, em meio a um turbilhão de memórias, só conseguiu dizer: perdão!