À CÉU ABERTO

Sabia que a amava profundamente. E como sabia disso? Pela saudade que sentia quando ela estava ausente - respondia para si mesmo.

Quando ela sumiu de sua vida, alguma coisa estranha surgiu em seu coração: não sabia dizer do que se tratava; era um sentimento novo; uma experiência jamais sentida; não era saudade, pois conhecia o seu gosto; não era tristeza, pois já experimentara muitas vezes; era uma espécie de vazio, mas com um sabor diferente, que não sabia traduzir, pois aquele sentimento, estranhamente, lhe dava um certo prazer.

Sua reflexão foi interrompida pelo crepitar de asas de um bando de pássaros alçando vôo. Parou por um instante observando aquela cena e sorriu: Era aquilo, agora sabia!