Depois que a cigana saiu, Juan bebia sem parar. Brigitte, filha do dono da taberna, tentou convencê-lo a voltar ao navio, mas ele não quis. E num tom áspero, disparou:
— Fique aí. E me escute.
A máscara rude de Juan escondia sua vulnerabilidade: era a segunda vez que ele encontrara alguém que fizera seu corpo e alma estremecerem. E de repente essas mulheres desapareciam de sua vida. Num gesto brusco, Juan socou a mesa amaldiçoando seu destino. E então virou-se para Brigitte:
— Você vai ficar aí calada?
O que ela poderia dizer? Seu mundo se limitava àquela velha taberna. Apesar de ter visto tantas coisas ali, a vida permanecia um mistério. No entanto, Juan a fascinava. E Brigitte arriscou:
— O destino é mais feroz com leões como o senhor. Deve ser um duelo de forças. Lute.
Por um momento, ela teve a impressão de que o pirata sorrira com os olhos. E então Juan disse:
— Se você é coisa do destino, não vou reclamar desta vez.
(*) IMAGEM: PIRATAS DO CARIBE
JOHNNY DEEP E PENÉLOPE CRUZ
INSTAGRAM: @dolcevitacontos