O morro do esquecimento

Era uma vez uma cidade cheia de morro. Era subida para todo o canto. Eita morro doído!

Era tanto morro que, quem necessitasse de uma coisa lá pelo pé do morro ao chegar, acabara esquecendo do que havia em mente. Alguns arriscavam e anotavam o recado no celular, mas com o morro tão tenso, ao chegarem: o celular descarregava.

Outros, apelavam ao papel, ao chegarem por lá, devido ao suor e ao intenso calor: a tinta se desfazia e por descuido muitas vezes o papel voava.

Aos persistentes na viagem, chamavam uber ou táxi, mas na beira do caminho o combustível acabava ou o carro enguiçava.

Eita viagem, cruel! O topo do morro tinha o privilégio. Bandidos não roubavam a região.

Latrocínios não aconteciam por lá. Era um sossego qualquer, pois os moradores ao chegarem ao topo: entregados ao cansado, logo partiam ao cochilo, após de um belo banho.

Era o morro mais alto do Brasil.

Nome? Difícil de saber. Só de subir ou descê-lo, esquecíamos a pergunta.