O Sistema e o Louco
Tônico não sabe dizer se sonhou ou se foi realidade o que viu, só sabe dizer que descobriu que a beleza do existir de todos e tudo. Existe sim! Mesmo que muitos negam assim como o feio também existe. Ao andar poucos metros após o que viu em sonho ou fora dele não sabe dizer, constata estar no meio do caos, da feiúra, por assim dizer, ao deparar com tamanha violência, homem, matando homem. Sem um pingo de remorso, matar pelo gosto de matar de ver o sangue escorrer pelo chão, como também viu com que frieza uma pessoa assaltava outra sem se importa se o que estava tirando dela, alimentaria outras vidas.
Diante de tudo isso Tônico chora por toda humanidade que se encontra perdida, sem rumo, concluindo dentro de si, que a vida é linda, como é feia também, lindo é o nascimento de outro ser humano. Com isso Tônico passa a falar pelas ruas da cidade, coisas que ninguém quer saber muito menos ouvir, todos olham para ele de cara feia dizendo:
-Você está louco!
Outros dizem;
-deveria estar internado em um manicômio.
Foi o que aconteceu. Internado para não incomoda ninguém mais.
Pensou ele com seus botões “já que não posso falar com os que são bons de cabeça mais muito violentos, vou falar com aqueles que todos dizem serem violentos ruins das idéias”, assim o fez, no começo iam poucos loucos para ouvi-lo em seu sermão, hoje todo hospício está lá para ouvi-lo até mesmos médicos, enfermeiros, todos os funcionários. Faz grande silêncio quando está falando, quando saem de lá todos dizem que ele é sábio. Os médicos não dão alta para ele por saberem se fizer isso, O sistema o mataria.
Pensam, melhor ter um sábio louco para o mundo no hospício, do que um lunático sábio no mundo, mas, morto.
Lucimar Alves