Desesperança

Uma fagulha de fogo começou a trepidar; estava tão fraca quanto seu espírito. Uma memória longínqua; seu lar tão inalcançável quanto seu passado. Seu corpo interagiu com o Nada que ali restava, e tudo se desfez. Do vácuo surgiu uma capa aveludada. Como uma mariposa em seu refúgio, ela se encobriu. Isso ressoou em seu ser resquícios de esperança; ela não estava mais sozinha.

Estarrecida ficou, quando percebeu que o fogo aumentou. Sem ter para onde ir, o fogo devorou seu último ponto de abrigo. Com angústia, seus olhos umedeceram e viu-se esvair sua última esperança, a deixando.

A solidão a abraçou, outra vez.