Comunidade

Lapsos, as lembranças regentes. Desgostava de ir à sacada ver a rua, as crianças, as pessoas, tudo do bairro; ali havia pobreza e só pobreza, fonte do amargor. Trancafiava-se no palacete que era só seu, com o trauma causante. Maldizia por que aquela estrela solitária no breu? Se fosse mesmo, valia-se de sua luz, mas quer aglomerado - que, no passado, não lhe coube. Tudo então se escureceu, mas não percebeu que, na verdade, com aquilo que fazia, confundia-se com as vozes abismais enquanto a ralé, sua repulsa, gerava sua riqueza interior, juntamente com todos.

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Frag.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 11/01/2022
Código do texto: T7427265
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