LUGARES

De um notebook com palavras sobrando, ‘inda faltam as palavras de mim, hoje. Essas últimas que me atravessam o corpo, me secam a garganta mesmo molhada com cerveja. Preciso delas, como preciso daquele assoalho de madeira bruta, como preciso daquela decoração com chita e barbante, como preciso daquela vista. Ai, aquela vista! Era um morro gigante, com árvores, que escondia o mar e me afogava em vontades, sempre. Eu não guardo coisas. A minha mente flui, tudo voa. Por isso preciso delas, por isso as carrego sempre, por isso uma bolsa, mesmo que pequena para tê-las na mesa em companhia da cerveja que me afoga junto dessas palavras de hoje.

Franciely Sampaio
Enviado por Franciely Sampaio em 28/05/2021
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