O vazio da ausência
A noite estava caindo quando o táxi me deixou em frente à estação ferroviária. O motorista informou quanto havia dado a corrida, e eu paguei com uma nota de valor maior.
- Pode ficar com o troco - repliquei como agradecimento.
- Vou lhe ajudar com as malas - redarguiu ele, satisfeito.
Descemos do automóvel. Ao nosso redor, tudo parecia estranhamente calmo e silencioso. Ele abriu o porta-malas e retirou a minha bagagem.
- Esse lugar é perigoso - comentou, ao fechar o compartimento.
- Moradores de rua? - Indaguei, olhando ao redor. Não havia ninguém por perto.
- Havia, tempos atrás - informou, pegando as malas e subindo comigo a escadaria da estação. - Não restou nenhum.
Depositou as malas em frente à bilheteria e antes de voltar ao veículo, sussurrou:
- Ninguém sabe o que foi feito deles.
- [26-05-2021]