Primeiro epitáfio
— Dinda! Dinda! — Quando viu a madrinha, a criança se exaltou. Não se encontravam havia meses.
— Xiiiu, ‘Tavinho! Aqui não pode gritar...
O menino abriu os braços em busca do colo costumeiro:
— Não pode abraçar, ‘Tavinho. Por causa da pandemia...
O menino emburrou.
— Mas, conta para a Dinda, você está bem?
— Não! Estou com saudade da escola.
— Saudade dos amiguinhos?
— Não gosto de estudar em casa. Mamãe não tem paciência. Mas agora eu já sei ler! Quer ver? — e virou-se para a lápide para mostrar à madrinha o que aprendera desde o último encontro no ano de dois mil e vinte.