Através das Janelas...
Já fazia um ano desde a primeira vez. Eram tempos de cânticos noturnos nas janelas, das odes por ideais de mudanças. Podia ouvi-la, mas não a via. Conseguia avistar o prédio dela pelas suas janelas porque uma pequena parte do quarteirão que os separava tinha somente construções mais baixas, e se localizava exatamente em frente aos seus edifícios. Certamente ela também o ouvia, pois bastava um iniciar a cantoria e o outro imediatamente correspondia.
Havia se tornado um encontro com hora marcada e, mesmo com a adesão de outros vizinhos, suas vozes se destacavam numa cumplicidade que só eles entendiam. Algumas vezes ele iniciava o brado solitário, silenciava esperando a resposta e nada ouvia. Nessas noites seu canto emudecia. Descobriu que a amava assim, quando suas ausências o entristeciam.
Certas vezes saia a procurá-la. Cruzava o quarteirão e se posicionava em frente ao prédio de onde acreditava ouvir a sua voz. Imaginava que a reconheceria imediatamente se a visse à luz do dia. Sonhava com isso. E repetidas vezes refez o trajeto em diferentes horas... nada acontecia.
Então, numa daquelas noites decidiu seguir seu canto. Já poderia reconhecer sua voz mesmo que estivesse entre centenas que entoassem as mesmas odes.
Cruzou o quarteirão mais uma vez, postou-se em frente ao prédio, cantou em resposta. Ela o ouviu e o notou recostado ao tronco de uma árvore. Olhou-o atentamente e, subitamente, sumiu da janela. O coração dele disparou quando entendeu que sim, ela também o amava!
E eis que estavam frente a frente. Sorriram... Reconheceram-se!
Mas o amor não os reconheceu...
Havia se tornado um encontro com hora marcada e, mesmo com a adesão de outros vizinhos, suas vozes se destacavam numa cumplicidade que só eles entendiam. Algumas vezes ele iniciava o brado solitário, silenciava esperando a resposta e nada ouvia. Nessas noites seu canto emudecia. Descobriu que a amava assim, quando suas ausências o entristeciam.
Certas vezes saia a procurá-la. Cruzava o quarteirão e se posicionava em frente ao prédio de onde acreditava ouvir a sua voz. Imaginava que a reconheceria imediatamente se a visse à luz do dia. Sonhava com isso. E repetidas vezes refez o trajeto em diferentes horas... nada acontecia.
Então, numa daquelas noites decidiu seguir seu canto. Já poderia reconhecer sua voz mesmo que estivesse entre centenas que entoassem as mesmas odes.
Cruzou o quarteirão mais uma vez, postou-se em frente ao prédio, cantou em resposta. Ela o ouviu e o notou recostado ao tronco de uma árvore. Olhou-o atentamente e, subitamente, sumiu da janela. O coração dele disparou quando entendeu que sim, ela também o amava!
E eis que estavam frente a frente. Sorriram... Reconheceram-se!
Mas o amor não os reconheceu...