O Encontro
Olhando pela janela sentia toda a vida da cidade na noite quente. O neon do luminoso abaixo realçava os traços fortes do seu rosto e de seus olhos compenetrados. Analisando as pessoas transitando, tagarelando uns com os outros, outros sozinhos com seus telefones e muitos sem falar nada, apenas concentrados nas telas dos aparelhos, pensou: - São como gado mesmo. Não merecem piedade alguma, pois já não vivem, apenas sobrevivem.
Atrás de si, de cuecas e com dois pequenos buracos no pescoço jazia na cama o jovem vaidoso que havia conhecido num aplicativo de encontros secretos poucas horas antes.
- Ainda bem que como rebanho, são muitos. Terei alimento para continuar aqui por séculos.