Saudade
Entrou em casa com vontade de voltar para o trabalho, só para não sentir o cheiro dele que ainda permaneciam nas fronhas da cama. A ponta da caneca quebrada, a fez lembrar do dia em que o namorado tropeçara no tapete do corredor e batera com a borda da caneca na porta.
— Aff! Que homem desastrado! —- Sorriu e entristeceu os olhos. — Como pode?Até dos defeitos sinto falta.
A casa parecia tão vazia e silenciosa sem a gargalhada dele ressoando pelos corredores. Marina sabia que aquele sentimento era passageiro, mas como evitá-lo? Como negá-lo? Parou, chorou um pouco, pensou por alguns minutos e esboçou confiante:
— Amanhã, adoto um cachorro!