Procurado!

 
Pelas águas do rio Arno, e mesmo muito antes, no Nilo, já traficava amor em pequenas doses. Apenas o suficiente para viciar quem dele experimentasse...

Muitos sucumbiram ao êxtase da poderosa droga e tornaram-se dependentes a ponto de nunca conseguirem a reabilitação. Afinal, não a desejavam mesmo.

Era tão indispensável que se adoeceria de terríveis males da frieza ou se padeceria horrivelmente de tristeza e solidão, caso não a conseguissem ou a recusassem. Assim sendo, o criminoso jamais foi denunciado pois ninguém queria correr o risco de ficar sem a sua dose. 

Tal entorpecente causou estragos, destruiu vidas, mas, para quem o usou sabiamente, foi construtor de sonhos, edificante e arrebatadoramente acolhedor.

Entre os coniventes com o crime do meliante, havia um senso comum: bandido bom é o bandido amor.




Imagem: Google



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Comentário interativo do Poeta que assina  Poemúsica (Click e conheça)
Obrigada, JC!
 
 
"dizem que o amor é vil, traiçoeiro
drama encenado em campo minado
ardiloso perfil de um deus sorrateiro
                                                       
dizem que é vento irado
quando sopra as velas
açoitando os barcos
                                                          
reza a lenda que o amor é oferenda
canção que toca fundo no coração
pacto sagrado eternizando a lenda
                                                       
o amor é ave em migração
é céu estrelado em noite de verão
beijo roubado, tentação
                                                 
senhor absoluto
que venda nossos olhos
e nos tira a razão"

(Versão completa de "senhor absoluto"- de Poemúsica)


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Marise Castro
Enviado por Marise Castro em 08/03/2021
Reeditado em 09/03/2021
Código do texto: T7201996
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