Pedágio na Floresta
Caminhando com a cabeça perdida em pensamentos aleatórios me perdi de verdade. Estava numa área deserta e completamente desorientado. Depois de muita caminhada encontrei uma pessoa e fui em sua direção.
- Olá! Também se perdeu neste fim de mundo? - Perguntei-lhe.
- Não. Eu sou daqui, sou o presidente deste local. – Disse ele.
- Como assim, presidente?
- Vivo sozinho aqui. Candidatei-me ao cargo, votei em mim e fui eleito. Também sou ministro da economia, justiça e recursos humanos, além de outros cuja existência se faça necessária.
Pensei estar diante de um louco, e por precaução, fingi aceitar a tal situação.
- Tudo bem, eu só preciso que me informe o caminho para sair daqui.
- Para usufruir do nosso serviço de informações o cavalheiro terá que pagar o imposto.
- OK, e quanto custa esse imposto? – Falei, já prevendo que havia caído numa fria.
- Apenas metade do dinheiro que leva na carteira. Meu governo é justo e honesto, diferente de outros que existem por aí.
Realizei o pagamento do imposto imposto, fui devidamente orientado que o caminho passava por uma mata, e que ao sair dela estaria fora daquele país. Agradeci, e quando já me encaminhava naquela direção, ouvi-o dizer.
- Espere! O cavalheiro esqueceu de pagar o pedágio para cruzar a floresta. O senhor entende, é a preservação da natureza ... o oxigênio ... fauna ... flora... essas coisas.
Custou-me quase todo o dinheiro que me restava. De brinde, recebi o conselho para tomar cuidado quando saísse da mata. Estaria em outro país onde correria o risco de ser roubado.