CURTA E GROSSA
[...] Porque sou dona do meu nariz e não massageio troglodita! Tenho 39 anos, uma filha de 20 e um neto de 2. O marido? Mandei embora, a menina nem tinha completado 3 anos. Começou a censurar minhas roupas, minhas amizades, restringir minhas saídas, rir da minha silhueta. Pagou pensão, sim, na força da lei, até a filha completar 18. Primeiro, não queria ir; depois fez pressão para voltar. Da primeira vez em que esmurrou o portão, tranquei-me em casa com a menina e esperei ele cansar e desistir. Da segunda vez, quando começou a bater e gritar que ia arrombar, fiz psiu da janela do andar superior do sobrado. Ao me procurar com o olhar, a primeira coisa que avistou foi a boca do cano da espingarda de caça que arranjei emprestada de um amigo. Levantou os braços, dizendo calma, e eu o mandei afastar-se de costas até o outro lado da rua. Perguntou: o que faço agora? Eu disse: vire-se para a esquerda e corra o máximo que puder! Se em 30 segundos ainda estiver à minha vista, atiro.
Nunca mais vi a cara do traste! O único sinal dele era o depósito da pensão que expirou ano retrasado.