Fragmentos
02/02/13 – Texto Aleatório 1
Há muito tempo que não escrevo. Ultimamente, com esse vai e vem da vida, não arrumo tempo nem para coçar meu nariz (nariz, aliás, tão grande e redondo). Minha vida anda complicada. Escrever talvez não ajude muito, mas... Faz com que os pensamentos fiquem menos confusos.
Um velho professor dizia que na confusão conseguimos criar coisas novas. Eu só consigo criar novas confusões.
Não estou tão jovem. Apesar de também não ser tão velho, acredito que já vivi mais coisas do que meu pai: um senhor um tanto ranzinza, que desistiu das aventuras da vida muito cedo e hoje passa os dias a reclamar da vida das celebridades, da duração das novelas, do tempo, da temperatura, de Deus e de toda a criação. Vi muita coisa, nestes poucos anos de vida. Já não sei se a cada ano é um ano a menos ou um ano a mais.
É estranho. Faço um breve balanço da minha vida neste instante: tenho tanta sede de aventuras, de novas sensações. Ao mesmo tempo estou deitado em uma cama, com os pés aquecidos, em frente a uma TV de LED, que emite uma série de imagens e cores que por diversas vezes me confundem e me fazem afundar num mar de pensamentos truncados, em meio a cores cintilantes e vozes conhecidas, talvez de alguma telenovela, ou comercial. Viver uma fase assim: tão contraditória. Uma interfase eterna. O corpo preso no segundo anterior a uma largada de corrida: Nenhum movimento, nenhum suspiro: o tempo para à espera do som do tiro que estimula cada uma das células do corpo e faz com que a explosão... A bela explosão da vida! A explosão acontece e o atleta corre impetuosamente para a derrota ou talvez à vitória.
Estou à espera desta explosão.
Alguns livros de autoajuda dizem que nós fazemos o momento, a ocasião, as mudanças, a tal “explosão”. Neste instante, só quero a explosão da pipoca no micro ondas: o filme depois da novela já vai começar.