Monstros

Uma orquestra de flautas e violinos ao luar, a fogueira esquentava os presentes. Contavam as histórias de cem anos atrás e celebravam o despertar daquele que estava adormecido por todo esse tempo.

Deitados na grama macia, fingiam nada acontecer, era o único momento possível para conectar-se com a própria casa: a natureza. Lá embaixo, na cidadela, a malícia tomou de conta das pessoas. Esqueceram o que é honestidade, generosidade, harmonia e paz.

Parecem até que viraram monstros.

Para viverem em comunhão com os irmãos, tinham que fingir ser monstros também. Era péssimo? Sim. Mas era o único jeito de infiltrar-se na própria comunidade e tentar descobrir uma forma de expurgar a maldade inserida nas pessoas.

Eles sabiam o que fazer, mas, até então, não tinham como. Agora eles têm, pois retornou aquele que dormia, o detentor do poder. É ele quem libertará todo o povo da maldade.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 07/12/2020
Código do texto: T7130200
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