Monstros
Uma orquestra de flautas e violinos ao luar, a fogueira esquentava os presentes. Contavam as histórias de cem anos atrás e celebravam o despertar daquele que estava adormecido por todo esse tempo.
Deitados na grama macia, fingiam nada acontecer, era o único momento possível para conectar-se com a própria casa: a natureza. Lá embaixo, na cidadela, a malícia tomou de conta das pessoas. Esqueceram o que é honestidade, generosidade, harmonia e paz.
Parecem até que viraram monstros.
Para viverem em comunhão com os irmãos, tinham que fingir ser monstros também. Era péssimo? Sim. Mas era o único jeito de infiltrar-se na própria comunidade e tentar descobrir uma forma de expurgar a maldade inserida nas pessoas.
Eles sabiam o que fazer, mas, até então, não tinham como. Agora eles têm, pois retornou aquele que dormia, o detentor do poder. É ele quem libertará todo o povo da maldade.