DO CAFÉ, O AMARGO.

Sonhou que acordava. Pela vidraça, a chuva em fortes pingos insistia em cair. Embaçava a paisagem em misturas de cores verdes. Nas notas molhadas, à chuva, ouvia-se, suavemente, os acordes dum piano. Sobre a mesa arrumada, um livro, em páginas abertas, mostrava-se em capítulos. Vez ou outra, tão suave quanto a melodia no piano executada, leve brisa era soprada. E a paz era sentida na fumaça do café. Quando embaçados, os olhares enxergavam as mãos, entrelaçadas, uma à outra, enquanto adormeciam os sonhos...na fumaça do café, da vidraça embaçada, do amor pingado em pequenos goles, da história inacabada do livro aberto sobre a mesa, no amargo do café.