Sete Minutos
O tempo é relativo para corações que se amam!
Meu olhar imaturo de encontro aos olhos contemplativos dela. Sim, não temo dizer, foi amor à primeira vista!
Ambos fomos arrebatados por um sentimento único entre seres em estado de comunhão.
A beleza do momento refletia em sua face arredondada, também em meu rosto rosado.
Aquele mágico instante era exclusivamente nosso. Aproveitamos cada fração de segundo.
Reparei em seus lábios, suaves, agraciados por sorrisos que somente eu podia compreender.
Retribuí igualmente com sorrisos, ainda envolto pela timidez dos aprendizes, mas certo de que ela era capaz de decifrar o código da felicidade instantânea.
Ana Beatriz, assim ela se chamava, por inúmeras vezes, dizia feliz meu nome:
— Alessandro - seguidos de sonoros —Te amo! Te amo, minha vida!
Lembro muito bem dos detalhes. A pele quente que me abrigava. Seu perfume, tão agradável. A cor dos cabelos. E até a pinta pretinha no queixo.
Tudo foi verdadeiro e recíproco.
Ana também observou cada detalhe meu. As orelhas vermelhas, o nariz levemente empinado e a pintinha preta no meio da bochecha.
Então a repentina e trágica separação aconteceu. Meu coração bateu por apenas sete minutos.
Uma curta duração de tempo, mas suficiente para o amor materno se perpetuar pela eternidade em minha alma.