DESABAFO DA MULHER ESQUECIDA (miniconto)

A morte esqueceu-se de mim, ou será que foi a vida que insistiu em viver, mesmo depois da morte?

O tempo passou como se não quisesse existir, sem mágoas, só para ver o sol brilhar e, o dia todo, em noite se transformou.

Eu mesmo sou testemunha de que ela era mulher só por preguiça de ser humana, então se deixava usar como se fora uma máquina de penetração. Os sentimentos foram-se todos embora, naquele velho caminhão que passara por sua rua comprando coisas sem serventia. Vendeu-se para a reciclagem.

E, ao se esquecer de viver, ela comentava com as nuvens do céu, seu destino em ser outra. E, quando outra se tornou ela se lembrou de quem queria ser...

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18.07.2020

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 18/07/2020
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