Sentei no colo da COVID
Sentei no colo da COVID! Oxi, menina quente, atrevida. Chega sendo intrometida, põe fogo na fornalha chamado pulmão. Aquece o seu corpo, até suar calafrios; Tosse, que tosse, que tosse... sem parar... e suas olheiras só aumentam. Essa maluca te usa a noite inteira. E cansada, você descansa do descanso mal feito. Palpitações, dor na cabeça que lateja com pressão intracraniana que você jura, terá um AVC... e não demorará! Dor nas pernas que parecem ter uma tonelada, um coágulo te levara à uma embolia pulmonar? O medo é de não deixar o oxigênio entrar... Entre 92 e 96... rezar... talvez tudo irá passará. .. Arrasta, arrasta, arrasta... Medo , vertigem, taquicardia, pânico... Sentei no colo da COVID... Atrevida, mandei ela embora... Talvez, eu seja pior que ela... Menina teimosa, indigesta... Oxi menina maldosa; se foi, mas deixou um rastro de dor, de medo, de pânico, de aflição. Não tem como conter não... o visualizar da distância de quem fica, do tubo, da solidão... a dor de um adeus mal elaborado, onde qualquer verdadeira despedida, notadamente, ficaria de lado!