Vida de ermitão
Sentou-se na rocha. O sol banhava seu corpo. Havia um silêncio imenso. Podia-se ouvir o riacho que corria. A brisa era fria, tal qual o dia, e mesmo mansa, mostrava o quanto a temperatura vinha caindo nos últimos dias. A natureza seguia seu curso com equilíbrio. Nada de ruim habitava sua mente. Sentia-se envolto por um cosmos luminoso. Uma benção natural. Algo que nutria seu espírito, seu corpo. Ao longo do tempo a leitura e o isolamento ganharam espaço em seu dia e vicejaram de hábito para filosofia de vida. A caminhada que escolheu o trouxe para um universo paralelo em relação ao mundo no qual passou boa parte de sua vida. Não precisava preocupar-se com horários e baseava-se nos astros e na natureza para contar o tempo. Não frequentava supermercados e dedicava-se a colher frutos e cuidar de sua estufa. A vida que abraçou tinha caráter autossuficiente e pacífico. Há um bom tempo que não pisava o asfalto e reaproximou-se da terra. Nem lembrava mais de como soavam as buzinas em meio ao trânsito porque a poluição sonora não alcançava seus ouvidos de eremita. Josef estava em outra sintonia, sentia-se leve, completo e mais humano.