Descarado

Max ao adentrar ao bar, olha para os lados observando, achou o que queria. Dirigiu para o balcão do mesmo, perguntando a moça que estava sentada se poderia tomar o assento que estava ao seu lado, ela dá de ombros. Senta-se, com quem não quer nada, pedindo desculpas, pergunta o que ela esta bebendo porque lhe pareceu deliciosa a bebida. Emenda essa pergunta a outra perguntando o seu nome, ela disse que se chama Solange, esta bebendo um gim-tônica, pediu o mesmo.

Essa foi à deixa para iniciar um diálogo todo sorridente, galanteador, regado a muitas bebidas caras, tiras gostos variados. O copo de Solange nunca fica vazio. Como ela estava entorpecida pela dor que trazia na alma não importou, pensou que aquele diálogo iria anestesiá-la por alguns momentos. O amor regado a companheirismo, cumplicidade que havia compartilhado por anos havia terminado, se tivesse sido trocada por outra, teria doído, mas não foi, como saber que havia sido troca por outro. Nunca havia percebido que seu amor tinha sentimentos homoafetivo.

Com isso ela se deixou levar pela conversa daquele rapaz tão simpático que sentou ao seu lado, em certa altura, pedi licença, dizendo que iria até o banheiro, disse “tudo bem.” Ele saiu assobiando rumo ao banheiro, como o bar estava lotado, o perdeu de vista, esperou-o um bom tempo, nada de voltar. Passado um certo tempo, o garçom pergunta se poderia trazer a conta, leva um susto, recompondo-se diz “o moço simpático que estava aqui conversando comigo, pagará, quando voltar do banheiro” Como resposta ouve “ele já foi embora, nos disse que a conta seria de sua responsabilidade”.

Sorte da Solange que um amigo seu que sempre a olhava de longe por amá-la em silêncio, estava lá vendo toda sua aflição, foi em seu socorro, assumiu a conta, que não foi nada barata. Quanto ao Max ao ir embora do bar saiu dizendo para se mesmo “Mais uma vez levei vantagem, bebi, comi, me diverti de graça, nada como ser esperto, ter boa lábia. Cara você é o máximo não é a toa que se chama MAX.” Ido embora assobiado sem sentir culpa ou remorso. Se alguém que pagou a conta em meu lugar me chamar de descarado não sou mesmo, sou apenas MAX, o mundo é de quem sabe levar vantagem em tudo, eis aqui um deles.

Lucimar Alves