Trigésimo sétimo contopoesia ou dormindo no carnaval
Terça feira de carnaval, aliás eram duas da manhã e já era quarta de cinzas e ele estava chapado, feliz e de ressaca, totalmente exausto e morto de sono. No meio daquele povo todo dançando freneticamente, o único lugar com um mínimo de sossego era o canto do salão onde se erguia a caixa de som de quase dois metros. Ele não teve dúvida, se recostou naquele barulho sólido e, mergulhando no seu próprio silêncio, adormeceu profundamente.